domingo, 29 de março de 2009

Belo domingo.

Essa é a história do brasileiro, ou melhor dizendo, este é o domigo do brasileiro. Faustão na Globo falando suas asneiras e seus "Pô meeeeu!" "Tanto no profissional quanto no pessoal" e no meio disso o tradicional futebol, onde todo mundo se reune na sala com salgadinho e cerveja emitindo urros bárbaros a cada segundo. Ô infelicidade que chamam de felicidade!
Graças a Deus na minha casa isso não ocorre, aqui ninguém gosta de Faustão muito menos futebol e domingo foi feito pra passear, porém hoje não fomos, churrasco em família faz bem. Afinal, o churrasco de domingo que acontece em alguns lares, ou aquela macarronada que a avó prepara e todo mundo se reune ao redor da mesa. Tudo feito com muito amor e muito Sazón. Aqui em casa também não tem essa macarronada, pois eu não tenho avó por aqui. Vamos de lasanha pra microondas mesmo.
As famílias unidas, as lembranças do Natal do ano re-re-re-retrasado, quando o filho da tia Clotilda bateu no sobrinho da Margarida que empurrou ele da escada ou a velha história de senhoras sobre aquele rapaz dos anos 50 que elas reencontraram 50 anos depois e está a-ca-ba-do! Ué! O que elas queriam?! Que ele continuasse com o corpão definido dos 20 anos?! O filho da filha mais velha que ficou de recuperação e agora todo mundo puxa-saco do filho do filho mais novo que gabaritou as provas! Ahhh... Belas famílias essas!
O cafézinho no fim da tarde quando está todo mundo com aquele soninho, alguns assistindo ao Faustão, as crianças disputando o Nintendo Wii, os primos adolescentes se pegando escondido na rede da varanda, as tias falando sobre o último esmalte que a Avon lançou e fazendo compras pela tal revistinha. As mães e pais discutindo escondidos na biblioteca sobre as contas para pagar na segunda feira. Os patriarcas da família, aqueles que iniciaram o belo clã em 1950 e pouco, agora sentados em suas poltronas com o café. A noite cai e o amor reina, a paz maravilhosa. Linda realidade. Eu sei, mas dispenso.
Vida perfeita, não? Domingo perfeito, né? Pois bem, eu discordo. Talvez eu não faça questão disso porque eu nunca tive. Meus domingos sempre foram beeeeeeeem mais interessantes! Sair com os meus pais para museus, exposições, parque de diversão, teatro, cinema, shopping,... Almoçar em restaurantes diferentes todo fim de semana. Chegar em casa depois das 23 e ir dormir, porque o dia seguinte é segunda. Esse domingo é perfeito, vai por mim.
"Bem vindos a vida moderna, onde a família se dissipa e permanece nos aniversários." Vocês devem estar julgando meus domingos dessa maneira, mas não. Não é assim. A família não sumirá, ela evoluirá. Sabe porque eu nunca tive os domingos clássicos do ser humano? Porque eu não tenho primos, tios nem avós. Minha família sempre foi meus pais, minha irmã e eu. Não que eu seja "orfã" de parentes, eles só não são presentes (com exceção de alguns que sabem meu número de celular e me ligam as vezes para saber se estou viva) e particularmente se tentassem entrar na minha vida agora, eu faria questão de colocá-los para fora.
Calma pessoal. Eu amo meus parentes, mas não somos muito próximos, a parte meu avô e alguns tios que moram perto e sempre fizeram parte da minha vida, mas não dos meus domingos. O problema é a distância. Cada um em um ponto do planeta - do planeta mesmo. As férias servem para nos "unir", isso é legal, eu tenho uma desculpa pra viajar.
Gente, meu problema é o domingo. Eu não gosto de domingos monótonos e hoje está sendo um domingo monótono demais! Totalmente diferente de todos os domingos da minha vida! E por um momento, tenho que admitir, senti vontade de ter primos aqui, tios e tias, avós e macarronada. Uma família grande. Mas sabem de uma coisa? Eu sou muito grata pela família que eu tenho, mesmo distante e mais grata ainda pelos pais que tenho. Eles sim são minha família, eles e minha irmã. Somos uma família pequena, mas de coração grande. Aqui é um por todos e todos por um. Agora uma coisa pra você refletir, sua família grande é tão unida quanto minha pequena família? E será que ter família grande é realmente bom? E afinal, você é feliz com o domingo que tem?
Não importa sua resposta as perguntas acima, valorize o que possui, sua família e seu domingo.

Beijos e bom domingo.
- Carol Aquino.

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